- Agora que estou aqui, vamos resolver nossas diferenças. – BC.
- Eu quero ir embora! – João.
- Vamos recapitular nossa noite. Chamei um táxi para um ferido. Você atendeu.
- É sério, eu esqueço tudo se você me deixar ir embora agora.
- Entenda, se você for os criminosos vão procurá-lo, e a polícia. Não haveria como escapar disso.
- O quê? Está dizendo que estou mais seguro com você do, que me seqüestrou? Eu não...
- É a verdade. Se realmente o que quer é ir eu não vou segurá-lo mais, mas pense sobre a sua segurança, e a dos seus familiares, que, querendo ou não, estão envolvidos.
João não respondeu e Black Cherry virou-se para a porta.
- Vou ver como está Fabiano. A porta ficará aberta. – BC.
Ela não passou muito tempo no outro quarto, e já estava com o calçado apropriado. Filhote de Arroz dormia ligado a alguns aparelhos.
Depois desce para cear com Andrômeda e João logo desceu.
- Sente-se conosco, senhor João. Contaram que não jantou, deve estar com fome. – BC.
- Estou sem apetite. – João.
- Ainda assim, sente-se e nos faça companhia. O doutor falava do estado de Fabiano.
- Fabiano?
- Sim. Ou Alan Vivácqua. Como preferir. Ele é o herdeiro desta e de outras propriedades.
- Muita sorte a dele. E quanto a minha situação?
- Um momento. O que falava de Fabiano, Andrômeda?
-Sim. Foi feita outra transfusão de sangue, aqui, para tornar mais ágil a sua recuperação. Ele despertou, porém eu o sedei novamente. Deve despertar antes do meio dia. – Andrômeda.
- Cuidará pessoalmente dele, correto? E quanto à alimentação...
- Orion está cuidando pessoalmente disto. – Plêiades.
- Quase atrasa-se para a ceia. – BC.
- Eu terminava de cuidar da informação de nossos visitantes.
- E o que pode nos dizer de Fabiano?
- Dados dos visitantes? Quer dizer que me investiga? – João.
- Sim. Continue Plêiades. – BC.
-Não há muito o que eu tenha descoberto a mais do que você já soubesse. Mãe presa, pai foragido por alguns crimes e irmãos sob custódia da justiça. – Plêiades.
- Ótimo. Se ele voltar para as ruas o colocamos na prisão.
- O que? Pensei que ele fosse inocente. – João.
- Ninguém é inocente. E a situação dele?
- Ei! Deixa a minha vida em paz!
- Pedirei, uma vez, que o senhor se contenha, senhor! – Cão Menor.
- Prossiga Plêiades. – BC.
-Três filhos, entre doze e seis anos. Esposa... – Plêiades.
- Deixe a minha família em paz. – João.
- Estudam no Colégio Municipal da capital. E o casal tem dez anos de casados. Ele tem algumas passagens pela polícia, discussão. E ambos pagam o aluguel do apartamento com muita dificuldade. Os outros são... Detalhes, é irrelevante no momento.
Black Cherry bebeu de sua taça pensando. João estava visivelmente irritado.