No táxi João era escutado, em suas reclamações, até Filhote de Arroz perder a consciência, minutos depois. Black Cherry, ainda ao lado do Hospital Modelo, acompanhava à distância o trabalho policial.
- Ei Tarso. Acho que este não foi envenenado. – Petrônio.
- Ele parece mesmo ter apanhado até cair, e pouco. – Tarso.
- Devemos deixá-lo neste hospital à delegacia?
- Parece trabalho de Cereja Negra, e ela nunca os faz dormir muito tempo. Talvez este sangrando, mas estão bem para cumprir algumas horas na delegacia.
- Calma cara, um deles é médico.
- Cereja Negra não costuma errar os criminosos...
- Há uma primeira vez pra tudo.
Depois do local se acalmar e o trânsito pedestre reduzir Prix e Black Cherry partiram para o Hospital Santa Inês.
João estava no quarto da ala de recuperação. Já não olhava para Filhote de Arroz, a sim para o seu chapéu torcido entre as mãos, preocupado sem saber o tamanho do problema em que estava.
O que disse, ao ser interrogado, foi o nome que havia escutado – Alan Vivácqua – e que o próprio lhe havia chamado e pedido para ser levado àquele local antes de perder a consciência. Local de origem da viagem? Quilometro quatro da praia.
O hospital informou à polícia o ferimento à bala e a ficha de Alan Vivácqua. Era filho de Marco Vivácqua, um rico por ações e propriedades que estava ausente do país.
Ao ver um pequeno animal entrar pela janela João já saía pela porta em busca de ajuda ara expulsá-lo.
- Espere! – BC.
- Você! – João.
- Ótimo Pomme. Agora a luz.
Obediente Prix saltou ao interruptor escurecendo o quarto imediatamente. Black Cherry aproximou-se olhando o paciente, preocupada.
- Como ele está? – BC.
- Onde está o meu dinheiro? – João.
- Seus dois mil estão a sua espera.
- Mil apenas, ou cem pela viagem. Não quero me envolver mais nisto.
- Ele precisa sair daqui. Como ele está?
- Levá-lo? Está louca? Ele recupera-se de um tiro!
- Ele fica ele morre.
- O médico disse que perdeu um pouco de sangue e que se recuperará rapidamente. Deve acordar dentro de cinco horas, mas ainda tem que responder a algumas perguntas.
Black Cherry viu Prix olhando-a e foi até a janela a tempo de ver um veículo negro parar do acostamento.
- Desça e traga o táxi para este lado. – BC.
- Estou fora, e quero o dinheiro que me é justo. – João.
- Lhe matarão se encontrá-lo, e mortos não precisam de dinheiro.
- O que é preciso para que eu saia disso?
- Desça pelas escadas, seja discreto. Eu o encontrarei lá embaixo.
O homem não demorou e Black Cherry foi tão rápida quanto podia. Quem procurava por Filhote de Arroz provavelmente já estava no elevador. Ela retirou o soro e atravessou o paciente na diagonal sobre o lençol, assim passou uma ponta por cima do ombro e amarrando-o.
Prix desceu na frente indicando pontos de apoio a Black Cherry. Ela segurou-se à corda sentindo o peso do paciente até o chão, onde o soltou e o segurou pelos ombros pelo braço são.
Black Cherry colocou Filhote de Arroz dentro do táxi do mesmo modo que antes.
- Para onde vamos? – João.
- Instituto Ametista, na Estrada... – BC.
- Sei onde fica. Não virá conosco?
- Tenho que cuidar deles. Agora vá.
- Espero mesmo que tenha uma boa grana.
O táxi partiu pouco depois de ela indicar o carro com um gesto da cabeça deixando-a parada no meio da rua.
- Saiam do carro! – BC.
- É blindado, não vai funcionar! – Carlos Jorge.
- Vou poupar munição se atingir o tanque de combustível.