sábado, 24 de abril de 2010

Capítulo II Pato - Parte III

Pato deixou-a à porta do apartamento, ainda preocupado e Prix foi imediatamente ao quarto, destrancar a janela.
- Você está bem mesmo? – Pato.
- Deveria estar no seu aniversário. – BC.
- Festa demais. Além disso, não tenho intenção de morrer com 25 anos. Haverá outros aniversários.
- Foi muita gentileza trazer-me, Pato, obrigada. Mas acho... Que preciso mesmo descansar.
- Está bem, espero que... A minha insistência a ir à boate não tenha atrapalhado os seus estudos. Se precisar de algo, por favor, telefone.
- Tchau.
Black Cherry demorou muito mais do que esperava, pois mesmo que saísse imediatamente pela janela do quarto ainda precisava passar na rodoviária e pegar suas coisas no armário. Havia chegado na rua antes de Pato e o aguardou passar, de carro, para atravessar a rua.
Com muitas dúvidas ainda seguiu para a boate, sua única pista. Passou mais de duas horas de pé nas sombras, com Prix sobre sua cabeça, também oculto pelo capuz. Viu muitos circularem e alguns que saiam apenas para vomitar antes de continuar a noite. Prestes a desistir Luar Negro saiu.
Ele olhou ao redor, cauteloso e desconfiado. Fixou por pouco tempo onde estava Black Cherry, apreensiva, e acendeu um longo cigarro.
Ainda sem crer que não havia sido vista escolheu segui-lo e o notou falar ao celular. Arriscou segui-lo até o outro lado da ponte a espera de esclarecimentos.
Luar Negro procurava por locais tão escuros quando os que Back Cherry se escondia, dando a ela a vantagem que poderia retirar se fizesse o contrário. Vez ou outra ele virava-se esperando não mostrar que sabia da presença dela, para certificar-se que ela estava ali.
Ao confirmar que não havia ninguém nas proximidades ele mostrou saber da presença dela.
- Parece não querer falar comigo, apenas descobrir os meus hábitos. – LN.
Se respondesse Black Cherry certificaria, a ele, a sua localização. Por isso guardou silêncio.
- Assim sendo, para a sociedade em geral meus hábitos são bastante comuns e monótonos, como os seus, creio. – LN.
- Nada temos em comum, esteja certo. – BC.
- Sim, temos. Como o gosto por discutir nas sombras.
Ele soltou o ar, poluído de nicotina, de seus pulmões antes de continuar.
- Na boate não parecia se divertir muito. – LN.
- Responda as minhas perguntas e não haverá necessidade de brincarmos. – BC.
- Não tente-me assim.
- Quem o ajuda a pagar suas contas?
- Quem quer que você pare se atrapalhas os seus... Negócios.
- Quero o nome.
- O nome não fará diferença para você. A causa é a mesma e os efeitos iguais.
Prix saiu do capuz sem deixá-lo cair e foi para a parede.
- Você não deve ter compreendido... Corretamente. – BC.
Ela aproximou-se. Já haviam medido as forças anteriormente e Black Cherry sabia que ele não era capaz de deixá-la pior.
- Quero o nome, quero saber de onde você veio, os seus objetivos... Quero saber de tudo. – BC.
- Sei que vou desapontá-la. E sinceramente eu adoraria ficar, mas preciso ir. – LN.
Black Cherry chutou-o a altura da cintura, porém ele desviou-se hábil e sutilmente, depois de tentar golpear com a mão direita usou a esquerda, que Luar Negro segurou com força. Antes que ela conseguisse se libertar ele pressionou a palma ferida fazendo-a sangrar sob o curativo no interior da luva.
- Não está doendo? – LN.
- Acha que sinto dor com facilidade? Não espere por isso. – BC.
- Não. Certamente não a estrela mais negra do céu...