segunda-feira, 12 de julho de 2010

Capítulo III - Instituto Ametista - Parte7

Beatrice fez o táxi parar no meio da estrada, com relutância do motorista inseguro quanto a seqüestrá-la. Ainda assim, ao tempo que ele insistia em levá-la a um local menos deserto ela já abria a porta, ameaçando sair, e ele parou.

- Obrigada. Aqui está o dinheiro. – BC.

- Tem certeza e que não quer ir para outro lugar? Aqui pode ser muito perigoso.

- E Aqui tem... R$150,00 a mais. Você nunca me trouxe aqui, você nunca me viu. E não se preocupe comigo, virão me buscar.

O táxi partiu, com o motorista achando-a louca, e dois minutos depois outro carro chegava, de uma rua oculta na estrada, de faróis muito baixos. Ela abriu a porta e entrou no banco traseiro.

A primeira coisa que fez foi soltar Prix, a segunda foi soltar o cabelo e deixá-lo sobre os ombros.

-Como está nestes dias, senhorita? – Cruzeiro do Sul.

- Bem, como sempre, Cruzeiro. Creio terem tido visitas hoje. Foram bem tratados, imagino. – BC.

- Certamente, senhorita. Ainda que um deles precise ser contido.

-Imaginei algo do tipo. Vamos pelos fundos.

- Como desejar, senhorita.

A escuridão da noite impedia que os muros vivos ao redor fossem vistos, mas nos fundos a iluminação permitia que as altas palmeiras fossem claramente vistas.

O motorista desligou e abriu a porta traseira para a passageira. Após os degraus ela entrou pela porta aberta por Orion, apenas então retirou as longas e delicadas – e sufocantes – luvas que combinavam com sua roupa.

- Quarto M, Orion? – BC.

- Quarto M e Quarto R, senhorita. – Orion.

- Obrigada. Cuide de Prix, por favor.

- Certamente, senhorita. Biscoitos de aveia?

- Para os convidados e nós, por favor. Com café e leite.

Ela subiu, parando antes em um corredor onde havia um guarda-roupa estreito.

- Plêiades. – BC.

- Elisabetta Cellina. – Plêiades.

- Boa noite.

A mulher recém chegada destrancou e abriu as portas superiores do armário, tendo ainda a chave pendurada ao pescoço.

- Boa noite senhorita. – Plêiades.

BC pegou uma capa no armário igual a que tinha em casa, e os óculos transparentes, do qual havia diversos idênticos. Ela terminou de aprontar-se no espelho, comprovando sua vaidade ao exigir o máximo de seu cabelo.

- Como estou? – BC.

Plêiades analisou se tudo estava perfeito e notou o produção impecável, ou quase. Parou olhando para os pés de Black Cherry, que suspirou ao notar os sapatos.

- Sabia que eu esquecia de algo. Vou ao meu quarto. – BC.

- Não é preciso. Use o meu. – Plêiades.

- Obrigada.

Descalçaram-se e calçaram-se em seguida.

- Onde podem entregar seus calçados? – Plêiades.

- Vou ao Quarto R primeiro. Será mais complicado. Entregue-me... No corredor. – BC.

- Está bem.

Começaram a andar, subindo mas escadas.

- Quero falar com Andrômeda após falar com os nossos convidados. – BC.

- Como quiser. Vou acordá-lo. – Plêiades.

Plêiades destrancou uma das portas e deixou o chaveiro, com dúzias de chaves, com Black Cherry.

Quando entrou o homem levantou-se da poltrona, inquieto.

- Finalmente apareceu. – João.

- Como está? – BC.

- Preciso ir para casa. Agora. Já está tarde. Muito. E não precisa me pagar, sério.

- Acalme-se.

- Está dizendo para me acalmar! Eu fui seqüestrado e me diz para...

Black Cherry tirou os óculos e seu olhar foi o suficiente para fazê-lo se calar.