quinta-feira, 29 de abril de 2010

Capítulo II Pato - Parte IV

Ele apertou com ainda mais força antes de tirar a luva vendo o sangue encharcando o tecido. Black Cherry puxou o braço ainda bem preso pelo pulso.

- Solte-me agora. – BC.

- Agora deve doer de verdade, pois está ficando sem uma parte considerável de sangue. Talvez isso lhe provoque pressão baixa. – LN.

Black Cherry conseguiu soltar-se depois de golpeá-lo com o joelho. Ainda com doe ela não intimidava-se com Luar Negro e investiu nos golpes, dando início a briga que não viam, na verdade, ter uma recompensa considerável no final.

- Pomme. – BC.

O animal atacou apenas mordendo a orelha do adversário, as unhas despreparadas não fizeram efeito. Sem ter como, contra os dois, Luar Negro jogou Prix no chão e fugiu.

Prix olhou Black Cherry a espera de ordens que ela não deu. A mão ferida precisava ser cuidada o quanto antes.

- Vamos Prix. – BC.

Prix encarregou-se de levar o chapéu e Black Cherry, ao chegar em seu apartamento, deixou a capa caída para trás do sofá. Aguardar que as janelas dos quatro apartamentos estivessem escuras ou apagadas com a mão parecendo tão grave.

O sangue escorria um pouco menos, mostrando que coagulava, que teria que reabrir o que começava a cicatrizar. Voltando da cozinha deixou água sobre a mesa para ir fechar a janela, mas o que conseguiu foi cair no sofá. Sentia-se zonza.

- Pomme, telefone. – BC.

Prix pegou o aparelho sem fio na base e viu Black Cherry fechar os olhos e tudo o que pode fazer foi observá-la até o amanhecer.

Ao escutar a campainha Prix subiu na maçaneta e girou a chave, saltando para o chão em seguida. Já sabia quem entrava, o havia reconhecido pelo cheiro.

- Desculpe chegar tão cedo. Trouxe a bebida de ontem que... – Pato.

Ele largou a taça tampada com celofane na mesa assim que notou a posição e a mão de Black Cherry e se aproximou do sofá.

- Beatrice. Beatrice, o que... Prix? – Pato.

Patou olhou o macaco com desconfiança e ficou de pé. Com movimentos calmos tirou o cinto.

- Tudo bem, tudo bem... Vamos com calma Prix. Venha aqui. Isso, assim. – Pato.

Usando o cinto de coleira Pato levou-o ao quarto e fechou a porta trancando-a pelo lado de fora. Junto ao sofá acomodou Black Cherry sem notar que já havia água sobre a mesa e pegou mais junto com um pano de pratos.

- Beatrice, Beatrice, por favor. Acorde Beatrice. – Pato.

Ele a notou com uma febre baixa e molhou o seu rosto, o que finalmente a acordou.