domingo, 16 de maio de 2010

Capítulo III – Instituto Ametista - Parte 1

Black Cherry não sabia se suportaria Pato em seu apartamento por uma semana. Tudo o que podia fazer, além de mentir que não tinha febre, era realmente melhorar. O que vinha sendo difícil uma vez que saia todas as noites.

O horário que ele chegava era sempre no final da tarde, quando ela supostamente parava de estudar. Mas era melhor esse horário do que fingir que estudava se ele viesse mais cedo.

No dia em que resolveu não atendê-lo ele quase quebrou a porta. Por isso preferia agora fingir que adormecia por volta das 19 horas. Assim Pato a cobria, lavava a louça, trocava a água de Prix, passava alguns minutos apenas olhando-a e saía, tendo atenção para quando Prix trancava a porta.

Era então a vez de Black Cherry levantar, mudar a roupa e ir para a janela aberta por Prix.

Neste dia, porém, saia com uma sacola preta também. Os dias frios e chuvosos já haviam chegado...

- Jeremias. – BC.

- Não adiantará me perguntar. Nada vi esta noite. – Jeremias.

- Você nunca vê, não é?

- Não, eu nunca vejo.

- Que seja. Assim mesmo trouxe alguns lixos que atulhavam lá em casa.

- Espero que fale em álcool e nicotina. Os idiomas que conheço.

- Uma pena, Vai decepcionar-se.

Jeremias pegou o saco escuto das mãos e sentou-se no chão úmido para abri-lo.

A jaqueta tinha zíper quebrado o que não o impediu de vestir no mesmo momento, assim como um casaco. Abriu a garrafa térmica para encher os pulmões com o vapor do achocolatado e deixou-a aberta ao lado. Encheu a boca com duas mordidas de cachorro quente e continuou a fuçar o saco plástico.

- Sugiro que vá para um albergue, ou abrigo. – BC.

- Obrigado, mas todos fecham ao anoitecer. – Jeremias.

- Há um lugar, há algumas quadras. Mas não espere luxo.

- O lixo é luxo, querida.

Ela sorriu observando ao redor e lhe voltou a atenção.

- Vou procurar alguém que possa me dar informações. E quanto a você... Descanse seu velho. – BC.

Jeremias pareceu não ouvir tendo a boca cheia de feijão quente. Black Cherry deixou-o quando a chuva recomeçava e para não ter que retornar virou-se.

- E fique longe da chuva, velho! – BC.

Prix subiu por dentro da capa habitual de Black Cherry onde melhor do que aquecido ficaria seco.

Sem notícias de Jeremias sabia que precisava procurar informação com outra pessoa. As ruas estavam ainda mais distantes pela chuva.

Quem a viu foi Filhote de Arroz – apelido graças a sua altura para a idade, e não por ficar pálido como agora -, que prestava serviços, mesmo pequenos, ao crime. O rapaz saiu em disparada alcançando a esquina esperando escapar.

O que ele não havia percebido, ainda, era que Prix era os olhos de Black Cherry. O animal era mais ágil no que resumisse pouca distância. Filhote de Arroz notou-o ao escutar, em alguns momentos, os seus guinchos.

- Droga. Ela está... Está usando o macaco... O macaco... – FA.
Dá-se início agora uma nova parte da estória de Black Cherry, ou Beatrice. Aproveitem, curtam, e critiquem. ^^