O carro já havia sido carregado com duas pequenas caixas e mais delas eram trazidas quando notaram a aproximação de Filhote de Arroz, mancando e molhado.
- Está atrasado. – Prado.
- Desculpe doutor. Recebi uma visita. – FA.
- Polícia?
Ele preocupou-se com essa possibilidade já que sabia como Filhote de Arroz agia sob pressão.
-Não, não. Era um... Velho conhecido e... Chamei-o para ajudar. Ele... Precisado trabalho. – FA.
- Chamou um estranho sem me consultar! – Prado
- Des... Desculpe!
- Combinamos de dividir por três, e agora você vem com essa... Você vai dividir a sua parte. – Felipe.
- Está certo. Tranqüilo...
- Onde ele...
- Aqui. – BC.
Black Cherry estava abaixada sobre o capô do carro com a arma pendente entre as mãos, por precaução, observando-os.
- Ótimo saber que não passamos de três. – BC.
- Droga, sue X9! – Felipe.
Quando sacou a arma Black Cherry já o tinha na mira.
- Melhor não tentar nada. – BC.
- Vou tentar tudo! – Felipe.
Filhote de Arroz caiu e Black Cherry acertou Felipe com o piso resistente e pesado de sua bota, derrubando-o com um fio de sangue na testa. Prado retornou para o estacionamento do hospital tentando escapar.
- Pomme. – BC.
Prix subiu pela cabeça de Prado, arranhando-o sob o jaleco branco, e derrubando-o com facilidade. Ao voltar para Black Cherry ela tinha em mãos um telefone não rastreável.
- Eu fui... Atingido. O meu... – FA.
- Foi sim. Agora, parado. – BC.
- Em que posso ajudar? – telefonista.
- Tiroteio no Hospital Modelo. Nenhum atingido, porém há dois...
- Dois?! Nenhum... – FA
- Dois homens inconscientes. Roubavam medicações públicas de uso hospitalar.
- Uma viatura está a caminho. Há alguém com você?
- Não. Estou sozinha.
- Aguarde no local, por favor.
- Claro.
Black Cherry desligou e tornou a discar, então apertou o orifício por onde escorria sangue. Filhote de Arroz se moveu agitado.
- Feridos são prioridades. Vai chamar uma ambulância agora? – FA.
- Não. Se levante. – BC
- Eu levei um tiro... Não posso me levantar!
Ela levantou-o pelo braço esquerdo forçando-o a ficar de pé com o tornozelo torcido.
- Você realmente me odeia. – FA.
- Existo para te fazer sofrer. – BC.
No táxi que parou diante deles Black Cherry colocou Filhote de Arroz no banco traseiro. O motorista viu o sangue pelo retrovisor e virou-se para trás.
- Ei, ei. Não quero confusão com a polícia! – João.
- Leve o senhor Alan Vivácqua para o Hospital Santa Inês. – BC.
- Você está ao lado de um hospital e quer levá-lo para um que fica do outro lado da cidade!
- Ele esta certo. – FA.
- Cala a boca. E você, leve-o agora. – BC.
- Eu já disse, não quero envolvimento. – João.
- Terá mil reais se o levar. Caso contrário terá problemas comigo.
- Primeiro o dinheiro.
- Encontro-o no Hospital Santa Inês.
Black Cherry bateu a porta do carro e já podia escutar as sirenes da viatura quando o táxi partiu.