sexta-feira, 2 de julho de 2010

Capítulo III - Instituto Ametista - Parte 6

- Parece não haver ninguém, realmente, a quem você escute. – LN.

- Era tudo o que eu queria, alguém para me atrasar. – BC.

- Será verdade? Black Cherry, atrasada!

Ela suspirou.

- Está bem, tem um tempo. Seja breve, se houver novidades... – BC.

- Você fez que fosse aberta uma investigação contra o dr. Prado.

- Quem não deve não teme...

- Os chefes não estão nada felizes com o fato de perderem uma parte importante de seus... “honorários”.

- Chefes... Interessante haver mais do que um...

- Sim. E o mais interessante é que o meu ‘ganho’ me motiva bastante.

- Isso é bom. O seu preço são serviços como os que você oferece ou valores monetários pra substituir os valores morais que não tem?

- Não importa a você saber. Importa apenas como prefere morrer.

- Não hoje.

- Pode não ter planejado, mas procurou por isto.

Quando ele se aproximou Black Cherry não recuou, mas já preparava-se para as investidas de seu oponente.

- Bonita, inteligente... Mas nada gananciosa. – LN.

- O máximo, esperta e... Honrada seria o certo. Mas eu já disse, tenho pressa. – BC.

Ela jogou duas esferas de vidro no chão, partindo-as e dispersando um forte odor embora sem fumaça. BC saiu logo dali deixando Luar Negro com os olhos lacrimejando.

-Muito inteligente, BC. Muito mesmo. – LN.

Black Cherry e Prix foram diretamente para o apartamento que dividiam. A primeiroa coisa que ela fez foi trançar o cabelo e colocar um arco para mudar o rosto. Depois telefonou para a empresa de táxi ao mesmo tempo que escolhia uma saia – julgava todas feias – e arrumou uma pequena bolsa e uma caixa com furos e um laço verde, que abrigava Prix. Então desceu, Pato chegava.

- Oi Beatrice... Está de saída? – Pato.

- Sim. Tem uma... Uma reunião entre garotas, para... Estudar. – BC.

- Estudar. Garotas. Às onze da noite... – André.

Black Cherry olhou-o continuar desconfiando de suas afirmativas.

- É. Estou um pouco atrasada. – BC.

- Sei... Só estamos, estou, surpreso porque você não costuma sair muito, principalmente à noite. – André.

- Pare com isso André! Ela vai pensar que a vigia. – Pato.

- Não eu.

Ele foi subindo as escadas.

- Prix está no seu apartamento? Posso ficar com ele até você voltar. – Pato.

- Não será preciso. Deixei-o em um hotel de animais. – BC.

- Mesmo? Coitado. Se você houvesse me dito eu não teria problema em ficar com ele...

- Está ficando tarde e eu preciso ir. O táxi já está me aguardando.

- Sim, claro. Tchau e... Bom estudo.

- Obrigada.

Ela caminhou devagar para fora, não por recato, mas porque o calçado machucava seus pés. Pato acenou e subiu quando o táxi partiu. Ao chegar em seu apartamento André estava na cozinha, de cabelos molhados.

- E então, ela confessou que não ia estudar coisa nenhuma? – André.

- Beatrice é direita e vive apenas para estudar. – Pato.

- Estudar, a essa hora? Fala sério, nem você acredita nisso...

- E daí, André. Ela só vai sair com as amigas!

Pato sentou-se no sofá e abraçou-se à almofada.

- Amigas, sei... E você já a viu conversando com alguém além de... Nós? Você deve ser o melhor amigo dela, e não sabe nada a respeito desta... Santa. – André.

- Cala a boca. – Pato.

- Ao que parece ela tinha um encontro. E o modo como se vestia... Ia firmar algum compromisso.

Pato jogou a almofada nele, que a segurou, e ficou de pé.

- Eu vou dormir. – Pato.

- Vai. Vão e sonha bastante cm Beatrice, porque ao que parece ela te passou pra trás. - André.